sábado, 29 de abril de 2017

Greve II

Após a greve de ontem, e os atos em todo o país contra esse governo que tem o apoio de apenas 4% (curiosamente devem ser os 4% do topo da pirâmide), acho que cabe um balanço:

- apesar de sempre revoltante, a violência da polícia não é exatamente uma novidade. A novidade foi a violência começar antes do ato engrenar, com pouca ou nenhuma justificativa além do simples fato de acabar com a aglomeração de gente contrária ao governo.

- isso leva a pensar que o ato, a greve geral assustou e muito quem deveria assustar. Uma foto com uma multidão contra Temer seria muito impactante. Também corrobora essa tese o fato de a Globo não ter falado sobre os protestos de maneira, digamos, favorável* (o que é diferente, me parece, do tratamento das manifestações pelo impeachment de Dilma).
- a violência policial ter começado cedo e de maneira clara para acabar com a aglomeração fez muita gente experimentar pela primeira vez o cheiro de gás lacrimogêneo. Muita gente que em 2013 eu vi ser contra as ações e táticas de proteção que visam atingir símbolos do poder estabelecido (bancos e mobiliário urbano), ontem já estava achando que o combate de trincheira talvez seja a única forma de pressionar um governo autoritário e pouco democrático.

- não há protesto pacífico contra o governo - e principalmente este governo. Nunca. Eles sempre vão arranjar uma desculpa para jogar bombas, balas de borracha e fazer o terror. Como então combater o Estado que de democrático só tem o rito de ir às urnas (já que nem os resultados são respeitados e o atual governo se gaba de ser pouco popular para aplicar uma agenda que agrada tão e apenas os 4%)?

- hipótese genérica: criar rupturas do tecido social, usar a força e a pressão. E não desistir nunca. Amanhã vai ser maior.

*antes o texto dizia que a Globo não mencionava a expressão greve geral e que o fato de não anunciar o ato seria diferente de outras manifestações contra Dilma.

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