terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Entendendo os riots

"[...] Em vez de achar que é o fim do mundo, as pessoas deveriam achar que essa é a uma ótima oportunidade para se pensar os problemas da sociedade inglesa." Assim, eu deixava uma sugestão singela, ainda no calor dos riots, sobre o que se devia fazer para entender o acontecimento e, por consequência, o seu entorno - isto é, a Inglaterra.

Parece que eu não fui o único a pensar isso. O "Guardian" começou a publicar uma série de reportagens sobre o evento que aconteceu no verão e assustou a tão resguardada sociedade inglesa. Junto com um laboratório de jornalismo de uma universidade local, eles entrevistaram um grupo de pessoas que participou da série de quebra-quebras e protestos e chegaram a conclusões diferentes das publicadas na época.


Para começar, eles não concluíram que houve um motivo, mas vários. Entre eles o horror à polícia - eles alegam que há uma perseguição -, incerteza sobre o futuro, grande marasmo, falta do que fazer, e até a simples vontade de roubar, de ter certos produtos que eles não teriam grana para comprar. São explicações bem genéricas, porém bem longe das conclusões de que os riots eram coisas de gangues, como se chegou a ser dito. Ou que eram coisas de gente pobre, adolescente, sem instrução, da população negra. Eles até são pobres, adolescentes, sem instrução e negros, na sua maioria, mas em nenhum momento usam isso como justificativa para os ataques. Enfim. Bela reportagem.

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