quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Tirado da gaveta

Emprego quase-novo, vida totalmente nova. Um textinho para um especial de 25 filmes sobre bordões em peças publicitárias direto do túnel do tempo.

Meu comercial favorito

Os melhores bordões publicitários

Neste caso, parece e é. As expressões que estão no prêmio ‘Meu Comercial Favorito’ desta semana ficam gravadas na nossa memória para sempre. E sempre cabe mais uma. Nem adianta tomar o remédio contra dor de cabeça que elas não sumirão. Você pode até não se lembrar da voz da moça do comercial de xampu; ou, numa bobeira, se esquece da bicicleta do seu filho; ou pior, sai de casa sem aquele cartão de crédito. Mas, se preciso, canta de cor toda a música daquele leite que tem as crianças vestidas de bichinhos, e, no final, faz coro ‘Tomou?’.

Tem coisas que só uma empresa de eletrônicos faz por você. Isso sem usar a ‘lei de Gérson’, aquela que prega a vantagem sobre tudo, a qualquer preço. E, se lhe perguntam: ‘Quer pagar quanto?’, você logo levanta o dedo e pede a número um, confirmando que isso foi uma boa idéia

Recorda-se perfeitamente: Não basta ser pai, tem que participar. E aponta com facilidade quais japoneses são os mais criativos, além de saber que eu sou você amanhã. Contudo a questão fica: as férias para os seus pés não têm preço ou valem por um bifinho? Se estiver duro para responder, tome um conhaque.

Mas, nós viemos aqui para votar nos comerciais mais criativos ou para conversar? Distribua as notas de um, para as que não são aquela geladeira (‘detestei’) a dez, como as camisas do Fernandinho (‘adorei’).

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Está explicado:

Osama bin Laden teria uma paixão secreta pela cantora americana Whitney Houston. É o que garante Kola Boof, uma mulher sudanesa de 37 anos que afirma ter sido escrava sexual do líder da al-Qaeda. Em sua autobiografia, "Diário de uma jovem perdida", Kola escreve que Bin Laden se sentia tão atraído pela cantora que, em um certo ponto, pensou em pagar um assassino de aluguel para matar o marido dela, Bobby Brown. "Me disse que Whitney Houston era a mulher mais bela que ele já tinha visto, que a desejava ardentemente e que, apesar da música ocidental ser considerada uma manifestação do mal, gostaria de ir aos Estados Unidos para organizar um encontro", afirma a mulher em trechos do livro obtidos pelo jornal "The New York Post". A autobiografia estará à venda em setembro nos Estados Unidos. (ANSA)

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

O Matias tá fazendo uma série de entrevistas com sujeitos envolvidos com internet, música, literatura, jornalismo, enfim, gente que faz na atualidade, sobre novas tecnologias, o fim do CD, P2P, essas coisas.

De todas as perguntas, a única que me entusiasma a responder é a segunda: "2) Como a música será consumida no futuro? Quem paga a conta?"

E eu penso: conta? Que conta? Se o cara quiser fazer música, vai ter dois caminhos: se adequar à nova realidade, ou seja, vender música para ringtone, alugar para comercial, fazer show para danar, ter merchandising e uma série imensa de etc. Se não, não ganha dinheiro. Simples assim. Faz música porque gosta de fazer música. Se disserem que, assim, não teremos músicos, porque ninguém vai querer fazer música ganhando pouco, respondo que assim não teremos mercenários.

E isso se adequa a qualquer outra categoria da dita arte. Escritores terão blogues para espaço publicitário, fotógrafos farão campanhas encomendadas, artistas plásticos serão patrocinados. Ou todo mundo terá duas profissões - uma na teoria e outra na prática. A arte não morrerá e viveremos como hoje em dia. Nem perceberemos a diferença, provavelmente.

ps. Nome devidamente corrigido depois da puxada de orelha.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Encontrei na internet, o poema que ilustrava a capa do meu primeiro livro de literatura. Incrível que, a partir daí, muitas coisas mudaram e me inclinei, mais e mais, para o lado das letras. Ainda não estou no ponto que almejo, mas tenho paciência (pouca, mas, por enquanto, o suficiente). Mais incrível ainda é saber que eu tinha uma relação de relutância com a matéria em si. Meus amigos mais velhos do colégio diziam que era chata. Eu, que ainda não tinha encontrado a chave, acreditava neles. Como estava enganado...

Copio a parte que encadernava o livro:

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?


Estes pequeninos versos foram os responsáveis por eu ter vontade de escrever. Não como hoje eu tenho, mas eu ficava imaginando que faces poderiam ter cada palavra. Como eu poderia ser um escafandrista num oceano alfabético. E fiquei com vontade, pela primeira vez, de mergulhar.

Todo o poema do Drummond com o próprio declamando está aqui.

domingo, 6 de agosto de 2006

O mito de Sísifo (ou a busca pelo Nirvana)



A Stylus Magazine fez uma lista com os 100 melhores videoclipes feitos na História. Este aí de cima é o campeão. "I'm a rabbit in your headlight". Como em qualquer eleição, é difícil dizer se eles acertaram ou não. Gosto é uma comparação estética. Ou, em outras palavras - é que nem bunda. Mas o vencedor tem a qualidade (ou seria defeito?) de simplesmente apagar, ou melhor, sobrepujar a música em questão. E olha que estamos falando de U.N.K.L.E com Thom Yorke cantando.

Cortesia Trabalho Sujo.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

"Uma galinha na qual nasceram crista e cauda e que começou a cantar como galo causou estragos no galinheiro, onde o galo de verdade, Henrique VIII, começou a apresentar sinais de loucura, informou a imprensa sueca. "Henrique VIII está muito chateado. As outras galinhas estão surpresas, mas parece que a estão aceitando", explicou a dona do galinheiro, Christel Hammar-Malmgren, segundo o jornal "Blekinge Laens Tidning". Christel acordou numa manhã de julho com o canto de dois galos, em vez de um. Surpresa, correu para o galinheiro e descobriu que uma de suas galinhas pretas, Anne Boleyn, havia sofrido uma transformação. A galinha "transexual" chegou ao galinheiro há um ano e, desde o princípio foi diferente das outras. Não se interessava pelas atividades típicas de uma galinha e punha ovos de má qualidade, segundo a dona das aves. Apesar da mudança repentina de sexo, a proprietária garante que não tem a intenção de acabar com a vida de Anne Boleyn antes da hora.

As informações são da AFP."

E a péssima redação é do Globon.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Alguns outros links

Make my people sing - crie musiquinhas de 30 segundos que são, sempre, divertidíssimas. É possível gravar, reproduzir e colocar na juke box do site. Tende a viciar.

Infinite Wheel - inúmeras possibilidades de criar um dub. É possível passar horas brincando de fazer música.

Gabbly - você pode conversar com quem usar o mesmo programa e estiver na mesma página... É, eu sei, é complicado... Mas tem essa opção aqui.

>>

Cortesias: Interney, Compipoca, Portal Cab, respectivamente.

Edição estranha

"A candidata do P-SOL, senadora Heloisa Helena, se reuniu no gabinete com assessores e buscou novas informações sobre a CPI das Sanguessugas. Defendeu a reforma agrária. Disse que quer assentar um milhão de famílias. Para isso, falou que usaria o orçamento e títulos da dívida agrária, mas não deu detalhes de como conseguiria os recursos" - dia 01/08/06

"Heloisa Helena, candidata do PSOL, passou o dia em São Paulo e afirmou que não existe rombo nas contas da Previdência. (...) De acordo com o governo, no ano passado, o déficit no setor publico foi de R$ 39 bilhões e no setor privado, de R$ 37,5 bilhões. Um total de R$ 76,5 bilhões. Mas a candidata tem outra avaliação.

'Não existe rombo da Previdência. Basta qualquer pessoa séria, que quer analisar tecnicamente os dados, ler o relatório do Tribunal de Contas da União, que mostra o superávit da seguridade social em R$ 52 bilhões', afirma ela" - 29/07/06

"(...) Heloisa Helena disse que pra gerar empregos é preciso cortar os juros pela metade e usar dinheiro do BNDES. O dinheiro do banco seria para financiar exportações. Questionada se pretende mesmo baixar os juros por decreto, como vem dizendo, a candidata se irritou.

'Meu amor, olha, quem não é imbecil intelectualmente sabe que até poderia ser por decreto presidencial, mas não será preciso um decreto presidencial, porque o conselho monetário nacional será composto de homens ou mulheres que não são moleques de recado do capital financeiro', afirmou a senadora Heloisa Helena (P-SOL – AL), candidata à presidência" - 24/07/06

É impressão minha ou há alguma perseguição explícita contra a Heloísa Helena no JN?

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Sonho (dormindo) II

Começa num campeonato brasileiro de natação juvenil. Eu sempre sou juvenil nos meus sonhos de natação. Compeço nos 200 m borboleta, prova que nunca fui especialista, mas que queria, um dia, nadar bem.

Caio na piscina e parece que não há nenhuma diferença de quando eu nadava diariamente, há 10 anos. Incrível porque é como se soubesse que não estou na água, não fico cansado, mas estou inexplicavelmente ligado àquele que arremessa os braços à frente e os puxa por baixo d'água a ambos, em uníssono.

A prova é razoavelmente longa. Não sei o tempo que faço, mas venço. Corta.

Estamos em uma outra piscina. Parece que acompanho através de uma espécie de transmissão pela TV. A câmera - ou whatever - focaliza apenas a raia quatro. Sei, incompreensivelmente, que é uma prova de 400 m borboleta, embora não haja igual oficialmente. Era esse o gancho para a tal transmissão. Sei também que vou nadar. Fui convidado porque havia ganho o campeonato da minha categoria para os 200 m. Quero conscientemente estar na raia seis, mas estranhamente fico na oito, a pior de todas. Talvez o meu inconsciente quisesse apenas dar mais "realismo" à cena. Outra curiosidade é que não me reconheço entre os competidores. A "câmera" focaliza apenas o raia quatro e um sujeito à direita (esquerda do competidor, ou seja, nas raias cinco, seis, sete ou oito) bem gordinho. Começa a prova.

Não estou mais na arquibancada, nem vendo através de uma TV. Estou na água. Novamente não faço exatamente força, mas me sinto nadando, como era na minha época. Meu estilo, inclusive, parece o mesmo só com uma diferença: respiro muito mais que o meu normal e para o lado - todas as vezes que tento para a frente, me sinto cansado.

Nos primeiros 100 m, eu e o raia quatro nos distanciamos do restante dos competidores. Eu estou um pouco à frente dele. Nos 200 m, nos isolamos na liderança: continuo em primeiro. Na virada, erro o impulso na parede e ele me passa. Percebo que a minha braçada está lenta. Quando entro com a mão na frente, dou um pequena parada que me custa na agilidade. Resolvo, durante a prova, aumentar a velocidade, mesmo que me custe mais energia.

Viramos os 300 m juntos. Não é possível saber quem vai ganhar. 350 m: estou um pouco à frente, mas não posso diminuir o ritmo senão ele passa. Os outros competidores não ameaçam mais. Estão quase 20 metros atrás. Nos últimos 25 m, tento ainda um sprint e páro de respirar. Ganho a prova e acordo. Completamente suado.